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De volta pro Vanila Sky do Futuro – Cap. XII (END)

Capítulo XII – O Retorno (Último)

 
… e Max deitou-se, olhou para o sol, amarelo, pela última vez em sua vida. Fechou os olhos, apertando o minúsculo dispositivo implantado em sua orelha.
 
Foi como outro sonho estranho. O caranguejo, o barco, Antonio, Lena, Cícero, o mercado de peixes, os microfones, flashes passavam rapidamente, no vôo ao desconhecido. Quando abriu os olhos, Tana dormia calmamente ao seu lado. Pressionou o relógio da cabeceira da cama e ouviu: São 23:38:44. Planeta terra. 18 de outubro de 2346. 28,5º Celsius.
Um suspiro aliviado. O cansaço da viagem mental fê-lo adormecer rapidamente.
 
– Bom dia, meu querido vendedor de ferro velho. Resolveu não trabalhar hoje, ou o despertador magnético não funcionou outra vez?
– Bom dia vendedora de animais-robôs. Como foram as coisas na minha ausência?
– Sua ausência? Meu bem, que eu saiba você não saiu desta cama desde ontem… O que quer dizer?
Max contou detalhadamente à esposa todo o ocorrido, com exceção de Lena, claro. Ela ficou assustada com as revelações. Arrumaram-se e saíram. Chegaram à casa de Joc, que estava vazia. Um bilhete sobre a TV.
“Max, amigão, foi a única maneira que encontrei de viver alguma coisa diferente. Espero que esteja bem. Você tinha razão. Tana é uma ótima esposa… Não mais nos veremos. Começarei de novo numa outra galáxia. Novo nome, nova vida. Não era isso mesmo que eu queria? Fique em paz. Joc.”
 
No Jet-Bus, de volta para casa, Max ligou pro escritório e avisou a secretária Loira que não iria comparecer. Queria passar o dia descansando e se readaptando. Tana preparou pílulas que não tinham o menor sabor. Mas logo se acostumaria…
 
Uma chuva forte caía. Uma vegetação totalmente estanha, uma rua de terra batida e um cervo ao longe compunham o cenário. Joc olhava para tudo sem entender. Depois do sonho estranho, acordara neste lugar. Roupas estranhas e pesadas, encharcadas. Numa das árvores, um pequeno andróide levantava vôo, deixando pendurado num galho um cartaz.
“ Aproveite a estada, Joc. Você está no ano de 1537. Rio de Janeiro. Daqui a exatamente dois meses volte a este lugar, aperte o pequeno aparelho instalado no lóbulo de sua orelha esquerda e retorne, se quiser. Não foi fácil, mas consegui uma transferência individual pra você. Espero que goste… Assinado seu amigo Max…”
 
– Professor Max, pode explicar outra vez o que era o mar, e como o sol poderia ser amarelo?
– Ok, meninos, página 175 de seu livro virtual, vamos ao início… Areia: alguém lembra-se da última aula?…
 
FIM.

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Marcos Claudino

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