Simplicíssimo

Homem – Recall Urgente!!

         Não foi de um único filme futurista que vimos um planeta diferente, devastado, inóspito. E em muitos desse filmes não notamos muito de realista. Sempre achamos que aquilo é apenas fruto de imaginações férteis.

         Quando desgraças chegam perto demais, pensamos apenas com certo pesar sobre o acontecimento, pensando que o mundo está começando a tomar rumos estranhos e perigosos.
         Quando a Fátima Bernardes transmite um Jornal Nacional inteiro sobre o assunto, debatemos e discutimos muito, durante semanas. Qualquer falta de assunto é facilmente preenchida pela pergunta: “você viu o que está acontecendo lá no Rio?”.
         Enquanto refletimos sobre isso podemos dar uma viajada para países um pouco mais distantes. Podemos pensar nas Coréias, países apenas divididos pela fronteira e regimes, mas que começam a esquecer as semelhanças, valorizando apenas as diferenças. Enquanto uma população morre de fome e frio, a outra vai ao shopping e, em meio às compras antecipadas de Natal, preenche suas conversas com as lamentações de praxe.
         Podemos ainda lembrar que continuam morrendo pessoas diariamente em atentados suicidas no oriente médio, e a cada dia tomam menos espaço dos jornais, de notícias importantes, como o último eliminado dA Fazenda.
         Podemos tentar imaginar o que é ser pisoteado numa ponte, em meio a outros quase quatrocentos seres humanos, e perder a vida de maneira tão estúpida, merecendo as condolências das autoridades, lágrimas e choros dos familiares, donativos internacionais, até a próxima desgraça, que nunca mata poucos por aquelas bandas.
         Sempre tem o “ENFIM” em meus textos, mas gostaria que este não tivesse. Mas também tem, e aí vem ele:
         Enfim, amigos, parece que não somos mais seres humanos, diferenciados do restante da criação, deixamos de sentir, deixamos de amar, deixamos de nos comover, endurecemos mais a cada momento, a cada evento desumano…
         É uma pena, foi bom te conhecer, foi bom ganhar e dar carinho, mas parece que não foi o suficiente…
         Triste o homem…
         Marcos Claudino, 41 anos, profissional de RH, o único objeto de acusação deste texto…

Marcos Claudino

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