Simplicíssimo

Recado ao amado

São Paulo, 14 de maio de 2007.

RECADO AO AMADO

Vai Papinha, vai logo, e me deixa trabalhar. Vai logo e me deixa pensar por mim mesmo. Vai logo, e deixa minha sogra me permitir assistir à corrida. Vai logo e deixa passar o jogo completo. Vai logo e tira essa gente que chora quando você acena daqui. Leve-os contigo, junto com os papas-móveis, com a polícia do exército, com o FBI e com todo o seu conservadorismo. Leva teu sotaque daqui, leva as coberturas completas de suas visitas, feitas pelas televisões, que se esqueceram de mostrar o aumento que os deputados deram a si mesmos, com meu dinheiro. Vai, e desinterdita as ruas aqui próximas ao meu trabalho. Vai, leva sua olheira, suas túnicas brilhantes, leva todo esse louvor pro Vaticano, o Estado mais rico do mundo… Vai, e não volta, nem logo nem perto, nem nunca, e me deixa em paz. Ámééééémmm…

Ah, sim, aproveita e leva o Clodovil Hernandez com você, mas esse você pode voltar a executar as práticas de tortura que a inquisição praticava… Mas faz direito, viu???

Marcos Claudino vai pro inferno, amém!!

Marcos Claudino

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