Cronicamente Viável – 08/08/2006.
Muita gente, até demais. Eu, todo feliz, pensando que os assistiria bem de perto. Que nada, um auditório equipado com um telão, aos que não chegaram a tempo de apanhar uma senha para o auditório principal. O amigo Emanuel ficou de fora, chegou atrasado, mas adoraria, tenho certeza…
Espaço Cultural Banco do Brasil, rua XV de Novembro, São Paulo, capital. Debate sobre humor em crônicas e cartoons. Paulo Caruso e Luiz Fernando Veríssimo, mediados por Marcelo Rubens Paiva, falaram durante pouco mais de uma hora sobre suas carreiras, suas leituras, seu trabalho, sua maneira de criar, aspectos de suas histórias.
Antes do início, compareceram pessoalmente ao auditório onde eu me encontrava, para uma breve saudação, um carinho, um agrado, um quindim. Caruso, lógico, solta mais uma, ao informar-nos que não eram eles, pessoalmente, que se encontravam ali, mas uma imagem holográfica tridimensional.
Uma leitura de uma crônica de Veríssimo, outra de Paiva, ambas interpretadas por atores, e a apresentação de alguns trabalhos de Caruso num telão. Algumas perguntas de Paiva aos dois, aspectos pessoais, atualidades, novas gerações que vêm surgindo, seus inspiradores, introduzindo o espectador no universo abordado.
Veríssimo, tímido e sagaz. Fala pouco. Pensa mais do que fala. Prepara melhor as falas, por conseqüência, os escritos. Tiradas bem humoradas, arranca gargalhadas ao contar que já escreveu até horóscopo em jornal.
Caruso tomou conta do evento. Falava muito, sempre com propriedade e acidez humorística. Interrompe as falas dos outros dois, sempre para apimentar ou satirizar. Cada resposta é mais longa, para nosso deleite.
Paiva, o mais humano de todos. Perto dos gênios, uma pessoa quase normal. Confessa-se inexperiente no assunto, alguns pitacos simples, uma ou outra tentativa frustrada de comparação, impossível claro, de seu trabalho com os demais.
Perguntas da platéia, um orgulho ao ver minha pergunta respondida pelo LFV, uma espectadora pergunta ao mesmo as previsões para o signo de virgem para o dia seguinte, e chegamos ao fim.
Ao final uma impressão. Não se ensina ninguém a ter talento, trabalha-se o próprio, quando ele existe. Desenvolvem-se técnicas, abordagens e ângulos inversos, mas sobre algo que já existe, nunca do acaso.
Marcos Claudino, sempre aprendiz.
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