No feriado de 15/11, sem nada pra fazer em casa, decidi ir ao cinema com a digníssima para assistir ao "Ano em que meus pais saíram de férias". O filme é bem bacana, apesar de ser extremamente lento e, algumas vezes, dar aquela vontade de sair porque você já sabe como será o fim. Mas resisti bravamente e comprovei que as minhas expectativas estavam certas. Terminou exatamente como imaginei que fosse terminar, mas isso não foi problema algum, o mais interessante deste filme não é seu final, mas como seu enredo vai se desenrolando até chegar a este fim já esperado.
O filme trata de um menino cujos pais, fugindo da ditadura, o deixam na casa do avô para passar umas "férias" prolongadas. O avô do menino, que era membro da comunidade judaica, vivia no bairro do Bom Retiro, em São Paulo e é isso justamente o que este belo filme explora. As aventuras de um menino para se adaptar a um ambiente estranho quando comparado àquele de sua rotina diária.
Na verdade, o grande segredo deste filme, em minha modesta opinião, é justamente o retrato da vida que os judeus levaram no bairro do Bom Retiro da década de 70, pois tal qual o menino do filme, os brasileiros quase nada sabem sobre os costumes judaicos. Através do filme, tomamos contato com a língua íidiche e com uma porção de humor judaico que, para nós brasileiros, é um atrativo a mais a nos levar à sala escura. Através desse contato mais próximo da cultura hebraica, o filme se contrapõem a enxurrada de cultura americana que recebemos mensalmente direto de Hollywood, o que, por si só, já é um grande mérito do diretor e seus produtores, a coragem de acreditar nesta temática dentro de um cinema brasileiro.
Assim, se você não tiver planos melhores para o fim de semana, recomendo um pulo ao cinema mais próximo para uma sessão de "O ano em que meus pais saíram de férias", afinal de contas, tal qual ocorre com os livros, cinema nunca é dinheiro perdido.
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