O ENCONTRO
por Rogério Beier
Os lúgubres augúrios
de um corvo crocitante
sobre uma árvore outonal
emolduravam o encontro final.
E um olhar grave,
cravado no passeio,
de cravos cheios,
fitava minha queda fatal.
Túmida morte,
de frios braços largos
que a todos abraça no final.
Lembranças esparsas,
Confusas.
Fios de cabelo no meio fio
Tumulto, tumulto.
De gente, pensamentos e sensações,
Tumultuando túneis e o ar,
Tumultuando o trânsito
de tudo o que há de passar,
Enfim, partir ou ficar?
Uma sirene abria caminhos,
Inutilmente,
Mãos em látex partiam ávidas
a perscrutar sinais.
Mas aquele tumulto,
o tumulto já não se escutava mais
Apenas um silêncio sepulcral,
Interrompido,
pelo execrável crocitar do corvo
e seu grave olhar
cravado no passeio,
de cravos cheio,
A meu o corpo enfeitar,
Neste sonhado encontro.
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