Ela é uma senhora idosa. Já teve áureas épocas. Hoje está marginalizada. A sociedade de consumo de massa não quer nada que exija reflexão e coisas que a faça pensar, se não como haveria de comprar tantas coisas inúteis? Enigmática, misteriosa e profunda. Sistemática e metódica, até incompreensível. Às vezes, penso se ela gostaria de ser tratada de uma maneira tão formal e difícil. Amiga do conhecimento e da sabedoria leva as coisas bastante a sério. A sua vida é puro conceito, deduções, lógica e formalismos. Não é ciência, mas é a mãe de todas. Todo mundo pensa que a entende, mas no frigir dos ovos, quase ninguém sabe a que ela veio.
Uns pensam que se trata de filosofia de vida, outros, de religião. Alguns imaginam que é curso para a formação de padres. E assim vai. Na verdade, ela é simples e elementar. Pergunta pelo significado das coisas, pelos fundamentos. O que as coisas são e porque são como são e não são diferentes. Simples, não é mesmo? Pergunta, por exemplo, afinal porque estou escrevendo sobre ela. O que eu quero com isto? Por que não escrevo sobre a morte da bezerra. Sobre os nossos políticos que nos roubam na nossa frente e nós baixamos os olhos fingindo que não vemos. Pergunta sobre os famintos do mundo e porque não fazemos nada. Afinal, que seres humanos nos tornamos? Porque os brasileiros parecem ter sangue de barata. A propósito, de onde vem a expressão sangue de barata? Barata tem sangue?
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