Simplicíssimo

Quem sabe da vida do meu amigo?

Ele parecia não ter mudado.
Apenas um pouco mais velho.
Não tive tempo para perguntas. O tempo foi curto.
Será que o mesmo era só na aparência?
Quanta coisa pode ter acontecido com o meu amigo em 22 anos?
A palavra doce e amiga pode ter faltado na hora necessária.
A saudade da família pode te-lo feito chorar.
A alegria de ter um trabalho do qual se sente útil.
As festas de largo da Bahia devem ter-lhe lavado a alma.
O cheiro da terra natal pode ter feito falta.
Os amigos deixados longe provocaram um vazio na alma?
Ou ele não teve tempo para estas coisas envolvido que estava com a sobrevivência física e moral?
O que ele sentiu quando ouvia apenas a sua respiração nas noites solitárias?
O que fez quando faltou dinheiro para pagar as contas do mês?
Quanta coisa meu amigo, quanta coisa!
Tudo isso e mais um pouco, ou mais que isso, ou menos um pouco pode ser mais que um jogo de palavras.
É a vida correndo a passos largos, ou a passos lentos por se tratar da Bahia?
Quem sabe da vida do meu amigo?
Apenas ele.
Ele a sua solidão.
13.04.09

Terezinha Pasqualotto

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