Adolescente, não sabia quem eu era. Conhecia tão somente as dúvidas, os temores. As experiências eram intensas. Se ao menos pudesse sair fora de mim e me observar: como ando, falo, me ver pelas costas. Se ao menos pudesse ser tecida quadro a quadro como uma colcha de retalhos: juntar, juntar, o melhor do outro. Quem sabe seria a perfeição? Se ao menos pudesse penetrar nos olhos dos outros e ver como eles me veem? Ah! medos aterrorizantes que atordoam a alma como noites escuras de tempestades! Ah! temores horripilantes para uma menina assustada. Simples, como as quermesses do colégio das freiras em Soledade.
16.08.08
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