Simplicíssimo

Entresafra

  Passei um bom tempo na cama, olhando para um ponto qualquer em meu quarto, pensando sobre o quê escrever.
 
  Depois de alguns minutos sem uma idéia decente, algumas lembranças surgiram em minha mente. A maioria era do meu tempo de criança. Algumas eram do adolescente que fui até alguns anos atrás. Mas não achei que fosse uma boa idéia escrever sobre as besteiras que fiz. E, como minhas lembranças de menino não são 100% confiáveis (até hoje não sei dizer se algumas delas são verdades ou invenções), continuei na estaca zero.
 
  Nesse meio tempo, dei fim à vida de alguns mosquitos que estavam – e continuam, enquanto escrevo isto – me tirando a paciência.
 
  A essa altura eu já havia desistido de escrever qualquer coisa. E fiquei pensando como é que Fernando Sabino, Rubem Braga e Antônio Maria, só para citar três dos maiores cronistas brasileiros, conseguiam escrever tantas coisas e tão bem.
 
  Tenho consciência de que a vida deles foi mais agitada que a minha. Mas, que diabos, eu poderia escrever sobre tanta coisa. O fato é que não estou em uma noite inspirada. Aliás, já faz algum tempo que as noites não me trazem qualquer inspiração. Os dias então, pior ainda.
 
  O tempo não pára. O mundo não pára. Tudo acontece ao mesmo tempo agora. E por mais que eu saiba disso, as idéias não me vêm claras. Elas aparecem aos pedaços, várias ao mesmo tempo, e logo vão embora, sem me dar uma oportunidade de aproveitá-las.
 
  Espero que essa fase improdutiva passe logo. Não gosto de tentar enganar ninguém com textos como esse.

Rafael Rodrigues

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