O mundo nunca foi, não é e nunca vai ser o mundo perfeito que muita gente quer e imagina que possa vir a ser.
A maioria das pessoas foi, é e sempre será ignorante, mal-educada e fútil.
O lucro foi, é e sempre será o objetivo de todo e qualquer ser humano. A ambição é inerente à nossa espécie. Raros são aqueles que não têm metas maiores a alcançar. E coitados deles, pois são atropelados por aqueles que ultrapassam os limites da ambição. A ambição, se sadia, é uma qualidade. Quando se torna doentia, é como o ciúme: é uma desgraça.
Os filhos foram, são e sempre serão rebeldes sem causa, e só aprenderão as lições da vida quando algo de muito grave com eles acontecer. E quando isso ocorrer, é muito provável que eles estejam sozinhos no mundo, sem os pais, e afastados do que antigamente chamavam de família. E só então vai perceber que, na verdade, nunca souberam o que o termo “família” significava. Raros são os filhos que dão valor a seus pais.
A maioria dos pais foi, é e sempre será impaciente e muito pouco compreensiva no que concerne às vontades e sonhos dos filhos, justamente dos filhos que são pacientes e compreensivos com eles. É incrível. Mas a culpa disso não é dos pais: é do mundo, cada vez mais cruel e insuportável, por culpa das pessoas que não têm a mínima preocupação em serem pessoas melhores. Os pais preferem, portanto, que os filhos não sonhem, que não se iludam com o mundo, pois não receberão boas novas em troca. Apenas sonhos despedaçados.
Tudo hoje gira em torno de apenas duas coisas: dinheiro e satisfação pessoal. Dane-se o próximo. Dane-se um “bom dia”. Dane-se um jogar o papel do chiclete no lixo. Dane-se uma gentileza, um ato de respeito ou de carinho. Dane-se tudo, danem-se todos. Eu, eu, eu. É só o que importa: eu. E mais nada.
É por essas e por muitas outras coisas que o mundo está do jeito que está, e vai piorar, e muito, nos próximos anos.
Não podemos ficar nessa de “cada um que se cuide e salve-se quem puder”. Todos temos nossa parcela de culpa, todos podemos ajudar de alguma forma.
Você não paga pra dar um “bom dia” ao carteiro. Você não paga pra ajudar uma senhora que passa carregando peso ou pedindo uma informação. Você não paga pra dar lugar a um idoso no ônibus, trem ou metrô.
Você não vai morrer se deixar pra jogar o papel do chocolate alguns metros adiante, numa lata de lixo. Você não morre se tiver um pouco mais de paciência com todos os que te cercam.
Muita gente por aí tem uma vida pior que a sua, que a minha, e nem por isso fazem de suas vidas um mar de lamentações. Trata-se apenas de uma questão de paciência, boa vontade e esperança, que anda faltando em muita gente.
Esperança. Por incrível que pareça, e apesar de tudo que está escrito acima, eu ainda tenho um pouco.
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