Violentos Haikais 47/X
Ter várias amantes
às escondidas, longe das suas vidas
mentir é dominante.
Faroeste 34/X
Palavras benditas
amor e beijos, gracejos
ela é muito bonita.
UTOPIAS
Apesar de todo mundo afirmar que as utopias são a mola propulsora da humanidade, temos que pensar o quanto elas são amarradas a nossa realidade por aquilo que o pensador julgar ser bom para sua época ou aquilo que não ele não tenha conseguido pensar além. Recentemente, ao pegar redações de crianças sobre o quarto ideal, duas unanimidades: a cama e o computador (com tela, mouse e teclado).
Desta forma, ao se deparar com uma utopia, tente pensar naquelas coisas das quais o autor não conseguiu se livrar e faça um exercício tentando sair daí para a frente. Procure sempre pensar utopicamente sobre as utopias.
Outra coisa interessante para pensar neste assunto é a autopoiese, a capacidade de autoregeneração de nosso sistema neuronal. Sempre que tentamos convencer alguém de alguma coisa temos que descobrir o quanto esta pessoa pode aceitar mudanças sem entrar em colapso. Quero deixar claro que talvez esta seja uma das coisas que eu não consigo deixar de pensar… (uma de minhas amarras utópicas)
Desta forma, sempre que tentamos inovar temos dois problemas contraditórios: o primeiro é tentar nos livrar daquilo que nos trava e, ao mesmo tempo, criar algo que seja inteligível para as pessoas do nosso tempo.
Vivo querendo ser teletransportado, viver em um mundo sem dinheiro (formas de pagamento para suprir necessidades), sem violência e com entendimento e respeito das pessoas. Acho que não é demais, o problema deste tipo de utopia é que ele vai contra alguma coisa que é muito importante para as pessoas: a eterna competição e sua necessidade de poder (inclusive para mim)…
Será que um dia qualquer das coisas que eu imagino tornar-se-ão realidade?
De ré na contramão, uma amarra que não abro mão!
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