Já tentaram calar-me para que eu não falasse mais de amor. De tudo fizeram para inibir a minha alegria. Falaram para não ignorar a passagem do tempo, que a chegada da velhice apenas permite que sejam lembradas algumas boas passagens de nossa existência. Recuso-me, porém, a refrear o meu amor pela vida. Com os olhos voltados para o amanhã, mantenho o espírito aberto para o novo. Não levo em consideração alguns conselhos defasados, e logo me vejo novamente diante de uma maravilhosa sensação de amor à vida. Essa maturidade trouxe consigo o desejo por mudanças. Elas surgem dentro de mim quase que espontaneamente. Parecem um grande rebuliço transformando velhos conceitos, mas sem nenhum esforço deliberado de minha parte.
Aos poucos, passo a passo, sigo usufruindo a vida e seduzindo com o olhar, impondo o melhor de mim e quando menos espero meu olhar se depara com o seu sorriso. E como é bonito quando esse encontro se dá! Haverá um dia em que o ser humano sentirá saudade da alegria que havia nos momentos simples, da felicidade de uma mulher ao escutar um simples elogio, no rosto da criança, na ida ao cinema aos domingos, no beijo roubado dado na pessoa amada. Muitos de nós passarão a entender que ser "velho" não significa ter uma idade avançada, ou alguns cabelos brancos sobre a cabeça. Somos de fato "velhos" quando esquecemos de colher as flores que encontramos no caminho, se deixamos de nos enamorar por alguém, se esquecemos de realizar projetos ou se descremos de vez na solidariedade humana. Talvez aí sejamos realmente inúteis. Como não falar mais de amor? Continuarei a amar até conhecer a plenitude da paz, que é a total ausência de desejos.
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos" e "À flor da pele". Recife-PE.
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