Gente fina
Por Luiz Maia
Anos atrás ninguém poderia imaginar que jovens de classe média pudessem dominar o tráfico de drogas em bairros nobres. Como se não bastasse, participam também de assaltos à mão armada. Tráfico, assalto e seqüestro no País deixaram de ser apenas ”coisa de gente pobre”. Agora a notícia sai das páginas policiais e adentra as colunas sociais. Esses abastados não podem alegar que praticam esse tipo de crime por extrema necessidade. Mesmo que fosse, sabemos que o crime não compensa. Estudos iniciais revelam que esses jovens estão acostumados a levar uma vida onde nada lhes falta, mas quando entram na fase adulta e descobrem que não conseguiram o padrão de consumo almejado, vão em busca de “aventuras”.
Numa sociedade materialista, em que se privilegia o consumo em detrimento de princípios educacionais básicos, é natural que essas aberrações aconteçam. Quando a ideologia que forja o caráter do homem não é levada em conta, quando esquecem de oferecer amor ao ser humano necessitado, fatalmente muitos desses encontrarão na delinqüência motivos que venham saciar seus instintos embrutecidos. Esse movimento social que transgride as normas mais elementares de convívio social entre seres humanos carece de um estudo mais aprofundado. Alguma coisa precisa ser feita para que as autoridades desse País possam refletir e tomar as atitudes pertinentes que o caso requer. Mas se não atacarem a raiz do problema, de nada vai adiantar. A que ponto chegamos!
Recife, 30 de novembro de 2005
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