Nas noites em que eu mais te quis, eu te respeitei tanto… Afinal tu não sabias que num determinado momento eras a única pessoa que me alegrava. Eu te amei, e muito te quis. Cheguei a pensar em falar tudo, tentei mas a timidez falou mais alto e eu me vi em silêncio outra vez. Hoje caminho apenas por amor à vida. Meu andar trôpego e lento é envolvido por circunstâncias, por sentimentos que me fazem recordar teu instigante olhar. Absorvido por pensamentos que penetram pela janela entreaberta, vindos de ti, maldigo a distância que nos separa e faz doer meu coração. Tudo isso acontecendo e eu aqui pensando, brincando com as palavras. E como sou fácil de me emocionar! Não sei como há pessoas sem sensibilidade, que não quebram suas amarras e não se deixam ser levadas pela emoção. Como conseguem sobreviver assim, sem falar de amor, com suas vidas certinhas, mas carentes de uma lágrima a escorrer pelo canto da face, quando a saudade bate no peito?
Hoje, sem excesso de bagagem, eu parto para uma saudável caminhada. Quero levar os meus passos até a próxima primavera. Uma primavera diferente, com matas intactas, com árvores cobertas de folhagens e muitos pássaros a cantar. Tu sabes que jamais perdi o encantamento pela vida. Em cada passo meu, deixo nas pegadas da areia a lembrança tua, mas trago comigo a esperança que me devolve a mesma alegria de antes. Vivo incontáveis alegrias ao perceber momentos que se parecem conosco. Eu que te amava, e tu que de nada sabias. E vivíamos assim os dois juntos, em minha imaginação, sempre felizes. Creio que a vida jamais vai separar os que se amam. Mansamente, sem fazer barulho, o mar conseguiu apagar da areia os versos de amor que eu fiz para ti.
Luiz Maia
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skipe: luizmaia1
Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos" e "À flor da pele". Recife-PE.
# Peço às pessoas para, sempre que possível, lançarem uma sementinha de árvores ou de flores da janela do carro, de um ônibus ou do metrô. #
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