Pobreza cultural
Por Luiz Maia
É inegável que atravessamos momentos de empobrecimento no País, seja intelectual, moral ou artístico. O cantor e compositor brasileiro, Chico Buarque de Holanda, dia desses na França falou que o processo de imbecilização existente no Brasil é demais para o gosto dele. Seu sentimento é procedende, eu assino embaixo. Ser exigente é ser responsável. Coisa que muitos não são. É ter bom gosto, é não se curvar às baboseiras do presente nem aos modismos e seus ritmos sem nexo. No que se refere à criação de novas músicas, por exemplo, há uma safra boa que merece registro. Mas existem aqueles dissonantes que nos são oferecidos por parte da mídia medíocre. É uma lástima. Ninguém é culpado de aprender na vida a escutar melodias que nos inspiram e que nos fazem bem.
Felizes são aqueles que buscam para si coisas que fazem sentido. Se músicas, as clássicas, as românticas, todas elas, desde que tenham melodia e letra que sejam de fácil entendimento, mas que venham, sobretudo, respaldadas com o melhor bom gosto possível. Existe coisa mais interessante do que apreciar o gosto do povo? O lado saudável daqueles que são apegados às suas raízes? Interessante seria ver as pessoas que ignoram os verdadeiros ritmos populares, aprendendo o melhor com essa gente de interior. É pura sabedoria. Pessoas simples que cultuam o gosto pela cultura popular, como o maracatu, a ciranda, o frevo, o forró e o baião. Não precisa ser intelectual para entender de bom gosto.
Recife, 7 de setembro de 2005
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