Um toque de alegria
Luiz Maia
Para aqueles que ainda têm dúvida, a alegria é uma condição nata do ser humano. Nascemos com a infinita capacidade de sermos alegres. De nos sentirmos felizes. Mesmo quando enfrentamos as intempéries da vida, ainda assim podemos rapidamente recuperar nosso bom humor e dessa forma voltar a alegria de sempre. Sei que muita gente vai dizer que fica difícil uma pessoa comum, diante do corre-corre alucinado, da dura luta pela sobrevivência da vida, ter seu momento de alegria plena. Sei perfeitamente disso. Entendo e respeito o argumento de cada um, mas há um espaço enorme para trocarmos experiências que dizem justamente o contrário.
É sabido que vivemos num mundo regido por um sistema capitalista, onde pontifica a sociedade de consumo em que o indivíduo vale muito pouco. Esse modelo desenvolvimentista despreza as pessoas e valoriza as coisas, fortalecendo a cruel inversão de valores. Não é à toa que vemos poucos esbanjando milhões enquanto muitos não têm o mínimo para poder sobreviver com dignidade. Para que esses poucos ricos, que brindam sua boa vida à base de champanhe francesa, possam gastar fortunas inimagináveis diariamente, é preciso que haja a perpetuação da miséria que abraça um contigente de miseráveis espalhados no planeta. Esse precário equilíbrio do mundo colabora para que a injustiça prevaleça e a humanidade cada vez mais se sinta aviltada. Sei perfeitamente disso. Mesmo assim não perco a esperança.
Ocorre que não podemos perder a perspectiva de não tornar a alegria um hábito meramente conceitual. Aos poucos fui me dando conta de uma coisa interessante, algo maravilhoso que tem a ver com essa nossa conversa. Através de livros, palestras e conversas com a minha mulher, fui tomando conhecimento das edificantes práticas budistas. Não tem nenhuma ligação com seita ou credo religioso. Apenas enfoca uma maneira bonita e respeitosa de se viver neste mundo. Um jeito especial de ser que favorece a verdadeira paz entre os homens, de modo efetivo e prático. Por isso afirmo que não podemos abrir mão da alegria quando temos a consciência de que tudo de maravilhoso que existe na face da terra nos foi dado de graça por Deus. É possível convivermos em alegria quando respeitamos o próximo e todas as formas de vida do planeta. Quando amamos a natureza, quando somos solidários. Principalmente quando começamos a aprender a escutar o silêncio, a conversar com Deus através de nossos gestos e atitudes perante o Universo. Aprendamos com os budistas as práticas mais elementares de convivência fraterna, de respeito ao próximo.
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar" e "Cânticos".
– Edições Bagaço – Recife/PE.
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