Parece incrível, mas depois de mais de 365 dias eu bem que poderia repetindo exatamente o mesmo texto da edição 42, intitulado “Transgênicos, da Revolução Farroupilha ao cinema de Schwarzenegger” .
Entre uma viagem e outra (nos países ou nos seus discursos mesmo) Lula ora diz que assina, ora recusa uma medida provisória. E lembro que já estamos provisórios há 1 ano. Pior, encontra-se numa difícil disputa de beleza entre os textos da Câmara e do Senado e as idéias de Rigotto e Requião. Com toda cautela, vai pisando nos ovos do agricultor que, imagino eu, não tenha ficado esperando pelo “pátrio poder”. E não pára por aí: nesse país de constituição exemplar e exemplo desconstituído, ainda não se sabe o tema é de competência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Movimento dos Sem-Terra (MST) ou do Partido Verde (PV).
E quando tudo parecia bem ou mal encaminhado, a votação da Lei de Biossegurança não acontece e você já deve imaginar o porquê. “ Os senadores começaram a deixar Brasília na quarta-feira e na manhã de ontem, para participarem das campanhas municipais. ” Redige Luis Renato Strauss, jornalista da Folha de S.Paulo, na sexta-feira (17/09/2004), dia seguinte ao que deveria ser realizada votação. Parece que a vontade de ser político supera de longe a de fazer política. Aliás, fazer o que não se sabe é uma regra escancarada nessa bagunça toda. Falta espaço para pitacos, emendas, substitutivos e afins.
Como se pode ver, o assunto segue sendo tratado como uma obra política destituída do auxílio da ciência e receio que pouco se possa ressaltar como mudança desde aquele meu texto original. A não ser, quem sabe, a vitória de Schwarzenegger para o governo da Califórnia.
Comente!