Ela veio cambaleando de tanta dor de cabeça; deitou-se, tateou, tateou até que pegou, às cegas, de dentro do criado-mudo, bem escondido nos fundos um saquinho com o pó que continha o medicamento contra enxaqueca. Pegou a jarra de água no criado-mudo e despejou o líquido no copo; despejou também o conteúdo do saquinho na água e tomou. O alivio veio rápido. Rápido demais. Estava inerte na cama. Não havia sinais vitais.
Quando alguém foi vê-la, já sem vida, percebeu o que ela havia tomado.
Na embalagem estava escrito: cianeto de potássio. Na embalagem as informações:
“PERIGOSO! PODE SER FATAL SE INGERIDO, INALADO OU ABSORVIDO ATRAVÉS DA PELE.
CAUSA QUEIMADURAS À PELE, OLHOS E TRATO RESPIRATÓRIO. AFETA O SANGUE, O SISTEMA CARDIOVASCULAR, O SISTEMA NERVOSO CENTRAL E A TIREÓIDE.”
Ela havia comprado o veneno para se desfazer do marido e ficar com o seguro.
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