Antigamente quando um ladrão ficava famoso por causa da sua audácia ou mesmo por seus roubos fantásticos a mídia fazia dele uma espécie de herói, vide o Promessinha, o bandido da Luz Vermelha, o velho Meneguetti. Hoje em dia já não existe mais esse tipo de marginal, naquela época o ladrão mesmo se intitulava gatuno e dizia ter " sangue de ladrão" e fazia do furto o seu sustento e a sua profissão. Atualmente por ai existem na verdade os "Noias", pés de chinelo que roubam velhinhos para comprar crack que custa menos de dez reais uma dose.
E, na maioria das vezes por causa da maldita droga cometem crimes atrozes.
Com o Xavier não foi diferente, certas pessoas o comparavam com o antigo bandido da Luz Vermelha. Outras iam mais além e diziam que ele era o novo Meneguetti e a mídia se aproveitava disso e contavam historias e mais historias a respeito dele e com isso vendiam jornais e mais jornais.
Na verdade depois que ele foi preso, ninguém mais falou dele, ficou em um ostracismo que dava gosto, depois de puxar quase dez anos, de uma pena total de trinta anos, já bastante coroa, e sem mesmo reconhecê-lo ele me chamou e disse querer contar algumas historias que se passaram com ele.
Nessa época eu estava fazendo um trabalho jornalistico na Casa de Detenção, o Carandiru onde ele estava preso.
E disse pra ele: -Cara, eu estou com a minha pauta completa, o que você tem de interessante para me contar?
-Eu posso contar varias historias, mas, posso contar uma bem engraçada a troco de um pacote de cigarros. -Que tal?
Eu gostei do jeito humilde que ele tinha me abordado e na verdade fiquei com pena dele.
-Tá bom, conta a historia se for interessante eu compro lá na rua o cigarro e peço para entregarem a você, certo?
-Certo doutor, sei que o senhor vai gostar.
Nos anos oitenta ele estava no auge, tinha carro novo, andava bem vestido e segundo ele mesmo, comia todas as empregadinhas da região do Morumbi. Aquela era a região onde ele roubava. Gostava de unir o útil ao agradável.
Ele tinha feito amizade com uma empregadinha de uns milionários que moravam ali no Morumbi, e ela apaixonada pelo cativante malandro, ao saber qual era a real profissão dele, deixou em um fim de semana a porta dos fundos da casa entreaberta para ele á noite pular o muro e entrar na casa.
Xavier não pensou duas vezes, sabendo que o casal tinha por volta de quarenta anos e nem armas tinham na residencia, marcou um aponto com a garota, e no primeiro fim de semana que os patrões foram para a baixada santista, ele armou a "fita".
Meia noite do domingo, ele entrou pela porta previamente encostada e entreaberta, e depois de atravessar uma linda sala de visitas foi parar na cozinha.
Segundo essa empregadinha os patrões que não tinham filhos tinham um cofre cheio de dólares e joias preciosas.
Quase morreu do coração quando a luz de cima, onde ficavam os quartos se acenderam, e ele viu um homem de pijama, e de óculos, descendo as escadas em direção a cozinha. -Veio tomar água ele pensou, e não foram viajar. (Ele acertou na mosca, foi isso que tinha acontecido)
Sem exitar ele surgiu de repente e rendeu o dono da casa, fez ele ficar quieto.- Não de nenhum pio, quietinho… Amarrou as mãos e os pés dele e o ameaçou de morte caso ele gritasse.
O velho industrial lívido de medo obedeceu, falou que o cofre ficava dentro do guarda-roupa embutido, e que no andar de cima só estava a sua mulher esperando um copo com água que ele viera buscar.
Xavier deixou o homem amarrado e amordaçado na sala e subiu as escadas.
A luz acesa indicava que ali era o quarto do casal, assim que ele entrou, sem fazer barulho, deparou com uma mulher deitada de bruços, com um corpo escultural, linda, mas, linda mesmo…E totalmente nua…
Uma bunda maravilhosa, toda bronzeada. A mulher pressentindo a presença de alguém se virou e deu de cara com o Xavier.
-Quieta, nem um pio, o seu marido esta lá embaixo com o meu parceiro, se você der um pio ele morre.(Ele resolveu mentir, assim ela não reagiria).
Xavier era um mulato alto, bonitão, e não estava usando mascara, mesmo porque ele não esperava encontrar ninguém na casa, trouxera o revolver porque era a sua ferramenta de trabalho, caso contrario nem isso.
-Abre o cofre pra mim madame e me de tudo que tiver dentro dele.
Ela despudoradamente levantou-se da cama, nua em pelo, passou pelo Xavier e abriu a porta do guarda roupa, da onde estava, por cima dos ombros dela, Xavier viu o cofre…
Para evitar a surpresa da mulher ter um revolver no cofre, o Xavier encostou-se nela para olhar para dentro do cofre.
-Que homão que você é não? Bem simpático…
-Cala a boca dona, me dá essas joias e todo esse dinheiro. (Ele meteu a mão no bolso e deu para ela um saco preto para colocar os objetos)
Feito isso, Xavier fez ela voltar para a cama, deu um nó no saco preto com as joias e com um cinto de um roupão que estava na cadeira começou a amarrar os pulsos da mulher…
– Ah, já sei quem você é! Você é o tal ladrão que só rouba mansão, e quando sai se aproveita das mulheres que são assaltadas, você estupra elas, né seu sem vergonha…Vai me comer, né?
A mulher despudoradamente encostou-se ao corpo do Xavier…
-Cala a boca dona, eu sou ladrão, eu não sou tarado.(Xavier tinha seus dogmas)
Ele amarrou as mãos dela na guarda da cama, e já ia saindo, quando ela falou:
-Hei, seu ladrão, vai me deixar assim, toda excitada, toda molhadinha, vai?
-Vou, você logo se desamarra, é só o tempo de eu ir embora.
– louca pra dar uma metida, aquele meu marido lá embaixo é um brocha, só tem dinheiro, pinto que é bom, necas…
– Percebi, e estou vendo que você é uma mulher muito bonita, muito gostosa.
-Então, esta esperando o que? Para me fazer feliz, vem me comer, meu mulato ladrão…
Xavier jura que nunca tinha feito isso, ladrão é ladrão, ladrão apenas rouba, mas, desta vez ele não resistiu, aquela mulher estava a fim de uma trepada e ele não podia deixá-la em falta, apesar de nunca ter misturado as coisas quando trabalhava.
Porém a carne é fraca e ele não estava forçando nenhuma barra, a mulher queria dar pra ele e ela merecia uma boa trepada.
Desamarrou a madame, fez ela ficar de quatro em cima da cama abaixou as calças e…
Ele não sabe dizer o que aconteceu, mas, não conseguia uma ereção, ele estava ficando suado, o corpo completamente molhado, e cada vez mais nervoso por não conseguir a tão desejada ereção.
Ficou desesperado, e num arroubo de loucura levantou da cama e saiu correndo pra fora do quarto e rumo a porta por onde tinha entrado.
Não tinha chegado nem na cozinha e ainda escutava a madame gritando a pleno pulmões:-
-Volta aqui mulato ladrão, você não pode me deixar assim…seu frouxo, tarado de merda, boiola, Viado, Filho da puta, Policiaaaa, Socorrooooo.
Não preciso dizer que depois dessa historia, assim que eu sai do presidio deixei depositado para ele dinheiro para que lhe fosse comprado um pacote de cigarros. Ele mereceu por que eu gostei da história. Se é verdadeira ou não, não entrei no mérito da questão.
–
Não é sobre isso que eu estou falando, você não percebeu que eu estou nua.
By Luc Ramos
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