Sempre existirão aqueles a dizer: a literatura morreu. Nada mais se cria, tudo é cópia (malfeita?) de algo já criado. Sempre existirão aqueles a dizer que estamos passando por uma revolução das artes, das letras, da cultura. O caos leva à ordem, já dizia uma velhinha comendo ranho de anteontem deixado fora da geladeira.
Enquanto pingüins larápios discutem a criação de mais um imposto (para a saúde, hrã, hrã…), a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo vai lançar nos próximos dias o mais bem pago prêmio literário do Brasil. O Prêmio São Paulo de Literatura pagará R$ 200 mil para o melhor livro de ficção do ano, mais R$ 200 mil para o melhor livro estreante, também ficção.
O prêmio, que seguirá os moldes do Booker Prize, tradicional prêmio britânico, terá duas etapas: na primeira, cinco jurados indicarão os dez livros finalistas; na segunda, outro grupo de cinco jurados apontará os dois livros vencedores. Ambos júris serão indicados pelo Conselho Estadual de Cultura e serão compostos por um crítico literário, um editor, um escritor, um livreiro e um jornalista da área.
O resultado do prêmio será conhecido em 23 de novembro próximo. Aventuras-te, vivente?
Outra informação interessante, esta vinda da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, diz respeito ao fato de que no Brasil se lê muito pouco. Novidade? Nenhuma. Mas vamos aos números: os estudantes lêem 7,2 livros por ano, mas 5,5 são livros didáticos e obrigatórios. Somente 1,7 livro é lido por “escolha própria”. A quantidade de leitura varia com a classe social e a região do país. Aqueles com renda superior a dez salários mínimos, lêem cerca de 5,3 livros/ano, comparável à taxa de leitura da Espanha (5), da Argentina (5,8) mas ainda bem inferior à França (mais de 7). Na região Norte, praticamente só se lê o que a escola pede.
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