Simplicíssimo

Edição 283 (18/06/08) – Por detrás do Detran

Começo este editorial deixando claro não ter atualmente nenhuma preferência política. Sim, o meu partido é um coração partido. Esmigalhado e descrente numa solução futura ao nosso alcance. Passam anos e mudam siglas, mas a vaca vai se afundando mais e mais no brejo.

Pois o escândalo do Detran gaúcho parece ter proporções cancerígenas. Alastra-se sem dó, atingindo a todos os órgãos, ameaça a integridade do Banrisul e chega à chefe do estado. Sem entrar nos detalhes do processo todo, fiquei de cabelo em pé ao escutar as manifestações da governadora Yeda Crusius, nas explicações a respeito do seu vice, Paulo Feijó; ambos demonstrando franca pós-graduação em falta de ética (como tantos por aí).
Começo este editorial deixando claro não ter atualmente nenhuma preferência política. Sim, o meu partido é um coração partido. Esmigalhado e descrente numa solução futura ao nosso alcance. Passam anos e mudam siglas, mas a vaca vai se afundando mais e mais no brejo.

Pois o escândalo do Detran gaúcho parece ter proporções cancerígenas. Alastra-se sem dó, atingindo a todos os órgãos, ameaça a integridade do Banrisul e chega à chefe do estado. Sem entrar nos detalhes do processo todo (veja mais na reportagem da Zero Hora), fiquei de cabelo em pé ao escutar as manifestações da governadora Yeda Crusius, nas explicações a respeito do seu vice, Paulo Feijó; ambos demonstrando franca pós-graduação em falta de ética (como tantos por aí). Para que vocês entendam do que eu estou falando com alguns recortes de jornal:

FOLHA – A sra. e o seu vice foram eleitos juntos. Como a relação de vocês se desgastou a esse ponto?
YEDA – Ele não participou da campanha eleitoral, pode ter participado na hora das fotos. Não participou das propostas, da formulação do plano de governo. Os meios que ele usou para atingir pseudo-fins não são aceitos. Não se faz o que ele fez. Gravar e apresentar a gravação editada como ele fez. Ele é contra o governo; para que ele quer ser governo? Para implodir dentro do governo.
Para Yeda, o maior inimigo de seu governo é o vice Paulo Feijó – Ela disse que PT, DEM e alguns membros do PMDB criam "ambiente golpista".
Yeda diz que Feijó veio para ‘implodir o governo’ gaúcho
Gazeta do Sul – 13/06/2008
A governadora relata que a definição da candidatura de Paulo Feijó a vice-governador ocorreu no dia da convenção partidária, em 2006. "Hoje posso dizer que ali se preparou um pequeno golpe. O meu vice deveria ser do PPS, com o PFL do Paulo Feijó na vaga para o Senado. Mas armaram uma crise artificial e instantânea na hora de começar a convenção, espantaram o PPS e apareceu naquele dia, temporariamente, o PFL como vice", contou.

Yeda disse ainda que a candidatura de Feijó, até então não identificado com a política, mas com o meio empresarial, foi sustentada pelo presidente do Dem no Estado, deputado federal Onyx Lorenzoni.

Yeda Crusius revelou que, ainda na campanha eleitoral, percebeu que Feijó "era uma pessoa absolutamente contra qualquer governo e contra qualquer instrumento de Estado. Creio que ele foi utilizado por certos segmentos empresariais em postos e comandos, para falar tudo o que os outros gostariam e não tinha coragem", avaliou a governadora.

Yeda apontou a existência de uma conspiração envolvendo o vice-governador Paulo Feijó, que é do DEM, e o PT para desestabilizá-la. Ela teria chamado ainda de República de Santa Maria um suposto movimento liderado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), para derrubar o governo gaúcho.

Pois então, face a essas declarações, deveríamos considerar a chefe de estado como ela se define, ou seja, vítima? Sendo assim pega de forma tão desprevenida, não seria também considerada uma pessoa despreparada para o cargo? Não deveria ter escolhido aulas de tricot à política? E um vice não é um braço-direito? Aquele que nos substitui quando nos ausentamos? Que nos auxilia? De novo, Yeda é vítima ou não soube escolher? Ah, escolheram por ela. Mas se ela não manda nada, porque não nos disse isso na sua campanha? Por que antes ele servia (a ela)? E quando o povo não servir mais?

Sim, isso tudo eclode em mais uma brincadeira de legislador metido a detetive (como gostam), enquanto o judiciário não consegue punir os culpados (sim, vai dar em pizza, de novo). O fato é que essa tal Política parece realmente estar bem estruturada dentro do mau caminho (ou caminho do mal, como queiram). Fico pensando como as crianças de hoje completariam um álbum de figurinhas daqueles com o casalzinho antigo, com o tema “Política é…”.

Eduardo Hostyn Sabbi

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