Resolvi, nesta semana, produzir um editorial compartilhado entre o Simplicíssimo e O Pensador Selvagem, outro site cultural-eclético que edito.
A motivação para o artigo é a de que sempre estou procurando formas anarquistas ou sociais libertárias para incluir neste mundo exageradamente capitalista e individualista. Noutro dia, passeando pelo site da Trama para lá incluir algumas músicas da minha finada banda The Brains, acabei conhecendo esta idéia bacana que apresento a seguir.
Quando você assiste à televisão aberta, paga alguma coisa por isso (além da energia elétrica que consome)? E que tal fazer o download de um livro, de uma música, de um software, de uma gravura ou imagem de forma totalmente legal sem pagar por isso e – melhor ainda – remunerar o artista ou desenvolvedor daquilo que estás baixando?
Como isso seria possível, você se pergunta? Essa idéia não é nova, mas ainda não está sendo plenamente aproveitada. Eu a chamo de Download Remunerado Gratuito. Gratuito para o usuário da internet e Remunerado para o artista ou criador do bem a ser utilizado.
A Trama Virtual já vem realizando esta experiência desde julho de 2007. Seus downloads foram incrementados em 200% desde então. Mais acessos, mais pessoas aproveitando para, de forma completamente legal e sem “crise de consciência”, baixar as músicas de seus artistas independentes favoritos.
E se este mundo fosse ampliado? E se as grandes empresas de hoje, nomeio algumas – Petrobrás, Vale, Gerdau e os grandes bancos como Real, HSBC, Bradesco, Itaú e, porque não, Banco do Brasil, patrocinassem esta idéia? Será que este não seria o caminho para que novos e bons criadores possam tirar seus trabalhos das gavetas e armários?
O Simplicíssimo é parceiro desta idéia e, apesar de não possuir capital financeiro para dar início a esta proposta, possuímos este maravilhoso espaço virtual que fica disponível àqueles que queiram tomá-lo de assalto para desenvolver um amplo e interessante projeto.
Quem sabe se, através de ações focadas como essa, possamos aos poucos amplificar a cultura popular que se esconde em nichos, guetos e garagens de todo o mundo, trazendo ainda mais diversidade a este já tão colorido planeta. Esta é minha esperança, como simplicíssimo e selvagem pensador.
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Um fenômeno por aqui. Na edição passada não tivemos espaço para simpliautores não-colunistas. Como isso se repetiria agora e tem bastante gente na espera, decidimos por aumentar o número de textos para 16. Aproveitem a leitura!
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