Mais uma eleição e cá estamos nós, arrumando algo novo para fazer no horário político. A propaganda do TSE veiculada na rádio e televisão http://tse.montana.inf.br/ , pode ser pra lá de necessária e criativa, mas é também irritante:
"Pense bastante antes de escolher o vereador. É ele que vai fazer as leis e fiscalizar o prefeito nos próximos quatro anos" e "pense bem antes de escolher o seu prefeito, porque nos próximos quatro anos ele vai administrar a sua cidade".
Tentarei me explicar. Visitando sites de notícia, encontro algumas pérolas tipicamente brasileiras:
- STF suspende decisão que negou registro para candidato
- Justiça libera ex-prefeito indiciado pela PF no AM
- Supremo rejeita barrar candidaturas de políticos com "ficha suja"
Nesse último, o argumento é o “princípio da presunção de inocência, ou seja, são inocentes até que não haja mais recurso”. Que recurso? O jurídico? O financeiro? O do povo? Mas voltando ao TSE, parece até aquele hipotético médico que recomenda ao paciente diabético não comer açúcar, ao mesmo tempo em que disponibiliza na recepção do consultório uma mesa cheia de quindim, negrinho, nega-maluca, refrigerante e tudo mais que não seja diet. Não deveríamos nós, cidadãos, fazer então uma campanha que dissesse: "TSE, pense bastante antes de aceitar candidaturas. É VOCÊ que avalizará os políticos que escolheremos para os próximos quatro anos”.
Mas nem só de coisas ruins vive esse editorial. Uma pesquisa do DataSenado mostra que 86% das pessoas são contra candidatos "ficha suja" . Ao menos em Santa Catarina, o TSE parece estar com as orelhas limpas e ter ouvido a voz do povo, negando o registro de 10 candidatos. E em época de transparência, a Associação dos Magistrados Brasileiros divulga em seu site a lista de candidatos que respondem a processo. Para quem ainda não conhece, recomendo a leitura da proposta “Voto Contínuo – Ação Popular, Democracia e Mudança”, do Rafael Reinehr.
Mas legal mesmo foi a maior demonstração de empatia de um político para com o cidadão. O candidato a vereador de Florianópolis, Adenilson Adão Duarte, fez campanha vestido de palhaço, digo, povo (ou de povo, digo, palhaço – dá na mesma). Como já diziam os romanos: éx-phodum…
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