Olhe! Vejo longe, de onde vens, que teu cinto foi comido! Quem o comeu? Sei eu?
Pergunte-se como poderei perceber o pequeno furo no seu bolso sem senti-lo por dentro. Sim, pergunte-se. Pode sê-lo por sorte? Ou por ser eu sensível? Seremos todos cegos e, se formos, surdos e mudos inconseqüentes? Pode ser sem sentido o que quero lhe dizer, porém percebes que sei muito sobre você e sobre seus primos, tios e vizinhos? Como sei tudo sobre eles? Preciso te dizer: sou vidente. Vejo o que ninguém vê. Conheço o que ninguém ousou conhecer. Fui onde homem nenhum tentou ir. Sim, senhor! Vi o tempo em seu esplendor, seguido por milhões. Meu sucesso é seu. Sou sincero e humilde, seu servo por milênios. Sentemos neste mocho, neste ermo sem fim, dementes com um objetivo: sorver o céu e o sol e sentir em um só corpo o sereno morrer de um tempo e de um homem. Sobreviveremos?
(Quem entendeu, que continue…)
Reinehr
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