Orçamentos tão drásticos
Movimentos bombásticos
Recomeços fantásticos
Acabamentos de plástico do homem elástico
Dominam a cena
Em uma rua pequena
De uma cidade pequena
Onde uma menina pequena
Segurando uma boneca pequena
Dribla na área pequena
E faz uma firula pequena
E chuta pra fora, que pena
Não há quem possa
Depois da fossa
Viajar pra roça
Andar de carroça,
tomar banho na poça,
dormir sob a palhoça enquanto o nariz
o nariz coça
( Na dúvida a viúva é ouvida e não duvida da vida do Ivo que viu a uva na úvula da viúva. )
Alvoresce na floresta, onde a festa está começando
Chegando vão os físicos, os tísicos e os mancos
Que aos trancos descem do bote e, sob o holofote que ilumina
Iniciam a chacina sanguinolenta, que começa lenta e segue,
Matando homem e jegue, micróbio e vaga-lume, na noite que é betume
Faíscam lágrimas de um ritual, chamavam-no Carnaval, pés-chicotes
Archotes-luzes, cruzes-espadas, escadas-céu, véu-destino,
Desatino-reflexão, paixão-colorido, perdido, perdido, perdido…
(“Poema tão pequeno”, em homenagem a todas escolas de samba que não vi passar neste ano, e, principalmente, ao bravo amigo João, pedreiro, eletricista, bombeiro hidráulico e faz-tudo de “catigoria” que enfrentou o “gritirí” dos alarmes nos últimos dias com altivez e nobreza, sem o qual nada do que sonhamos teria se realizado tão prestamente).
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