Simplicíssimo

Nemo Nox – Por um Punhado de Pixels

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S – Bom dia, Nemo. Posso lhe chamar assim?

NN – É como todos me chamam. 🙂

S – Vamos começar com alguns dados biográficos: nome, idade, local de nascimento e moradia atuais, profissão.
NN –
Nemo Nox, 42 anos, nascido em Santos, morando em Alexandria, nos EUA. Ex-fotógrafo, ex-professor de desenho, ex-lavador de pratos, ex-publicitário, ex-cineasta, ex-crítico de cinema, ex-diretor de comerciais, ex-tradutor, ex-jogador de snooker, ex-mediatecário, ex-webmaster, ex-diretor de conteúdo web, ex-etc, e ameaça deixar de ser ex a qualquer momento.

S – Conte-nos sobre sua pré-história. Fale do Nemo Nox antes do "Por Um Punhado de Pixels".
NN – A minha história na internet começa por volta de 1995, quando retornei da Europa e comecei a criar coisas em BBS e logo em seguida na web. Publiquei crônicas, organizei eventos literários, e fiz um modesto site pessoal, até que fui convidado a escrever para o site Trix, de Santa Catarina. Depois de alguns meses como freelancer, fui contratado como editor-chefe da sucursal São Paulo em 1998, e foi nessa época que fiz o meu primeiro weblog. Saindo do Trix, publiquei uma revista de cultura online, a Esfera, durante três anos. A seguir comecei a trabalhar como webmaster no BOL, e foi nessa época que nasceu o PPP.

S – Sabemos que você já morou em Santos, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Madri, Londres, Lisboa, São Paulo, Miami e agora mora próximo a Washington DC. Algum lugar tem a preferência de seu coração?
NN –
Eu sempre acho coisas boas nas cidades onde moro, ou não ficaria por lá. As que deixaram mais saudades talvez sejam Madrid, onde morei, e Stockholm, onde passei algumas semanas em férias.

S – Qual a origem do nome de seu blógue? Quando surgiu?
NN – O primeiro post é de 01/01/2001. O nome é uma homenagem ao filme Por um Punhado de Dólares, do Sergio Leone, com Clint Eastwood.

S – Em seu weblog o tema central é cultura em geral. Você vê esse seu "diário" somente como um arquivo das coisas que vocÊ faz ou também como forma de ampliar a visão de outras pessoas, dos seus leitores, por exemplo?
NN – Escrevo em primeiro lugar para mim mesmo, como um registro das coisas que faço. Sempre tive cadernos de anotações quase em estilo weblog, a diferença maior é que agora faço isto em público. E claro que tenho consciência de que existe um leitor do outro lado, mas não moldo o weblog para agradar a um determinado tipo de público, e não tenho a pretensão de ser didático ou educativo, quando muito acho que o PPP pode ser útil com alguma dica de filme ou de livro para alguém que compartilhe o meu gosto por essas coisas.

S – A que você atribui seu sucesso na Blogosfera?
NN – Eu não considero o PPP um grande sucesso. Em termos de visitação, é bem menos popular que vários outros que contam com o apoio de um portal (aparecer na capa do UOL, por exemplo, faz uma diferença gigantesca) ou que já têm um blogueiro famoso (ter o nome conhecido em jornais, revistas e televisão ajuda muito na hora de fazer um weblog novo).

S – Conte um pouco mais sobre seu outros sites, Esfera, Pijama Selvagem e o Burburinho.
NN – A Esfera foi uma tentativa de fazer uma revista de cultura online fora dos moldes que estavam sendo usados por todos na época. Evitávamos os mesmo assuntos que apareciam em outros sites e fazíamos nossa própria pauta sem preocupação com ganchos. Acho que a fórmula funcionou, pois o site ganhou vários prêmios (Melhor Site de Notícias do Mês da Starmedia, Que Página Legal do ZAZ, Top Cadê, etc) e foi escolhido pela Folha de S. Paulo como o "site cabeça" n°1. O Pijama Selvagem surgiu de uma oferta criada pela Esfera. Fiz contato com muitos quadrinistas e cronistas que pediam para publicar seus trabalhos no site. Mas a Esfera era uma revista "sobre" e não "de", ou seja, publicávamos entrevistas e comentários sobre quadrinhos, filmes, livros, etc, mas não os próprios quadrinhos, filmes, etc. Então criei o Pijama Selvagem para abrigar esses trabalhos.O Burburinho é o meu ezine atual, já com mais de três anos de idade, uma evolução do modelo da Esfera mas com nova proposta tanto em formato como em linha editorial, mais ágil e mais pessoal.

S – E o Diário da Metrópole, o primeiro blógue em língua portuguesa. Está adormecido ou foi aposentado de vez?
NN – O site só continua online (partes dele) por curiosidade histórica, não tenho intenção de o ressuscitar.

S – Como ficaria composto seu top 10 da Blogosfera?
NN – Mudaria todos os dias. Em inglês, os que eu leio sempre são o Jason Kottke e o Rex Sorgatz. Em português, o Pedro Doria e o Hernani Dimantas. Mas visito dezenas de outros com menos regularidade.

S – Em sua opinião, o que é preciso para fazer um bom blog?
NN – Em primeiro lugar, escrever bem. Conheço pessoas cheias de boas idéias mas que são incapazes de fazer um post bacana porque lhes falta domínio da escrita. Em segundo lugar, ter o que dizer. Não basta escrever bem se só fala de banalidades, ou repete o que todos já sabem, sem qualquer dica ou reflexão original. Em terceiro lugar, escrever com freqüência. Weblog desatualizado é weblog abandonado. Um layout limpinho também ajuda. Tem muito mais, é claro, isto é só o básico.

S – Qual seu posicionamento político-ideológico?
NN – Não estou alinhado com partidos ou ideologias rígidas. Tenho fortes tendências anti-autoritárias, não gosto de fronteiras, não gosto de burocratas, não gosto de igrejas, não gosto de censores.

S – Apesar de morar aí nos States, achas que o Brasil tem solução? Se tiver, lasca aí:
NN – Declarem guerra aos EUA, rendam-se, sejam anexados, passem a usar o dólar como moeda nacional, votem contra a turma do Bush na próxima eleição. Parece um bom plano? 🙂

S – Como você sente a atual onda de anti-americanismo morando aí nos Estados Unidos?
NN – Não vejo onda de anti-americanismo, a não ser por parte de pessoas pouco esclarecidas. O que há, por todo o mundo, inclusive nos EUA, é uma onda contra as políticas atuais dos republicanos que estão no poder.

S – Sua vida pessoal: és casado, amarrado, descabelado…
NN – Solteiro.

S – Quais são as atividades que fazes em seu tempo livre?
NN – Que tempo livre?

S – Quais seus artistas e músicas preferidas?
NN – http://www.nemonox.com/ppp/topcds.html

S – Tocas algum instrumento ou tem vontade de aprender?
NN – Quando era criança, comprei uma flauta doce e um livro de música, aprendi a ler partituras e a tocar algumas coisas. Isto tudo foi útil em duas ocasiões. Uma vez, em Londres, sem emprego, passei uns dias tocando flauta nos corredores do metrô em troca de algumas moedas. Bem mais tarde, em Lisboa, fui contratado para trabalhar numa orquestra porque era o único candidato que sabia ler partituras. Mas não sou músico, gosto mesmo é de ouvir.

S – Quais seus diretores e filmes preferidos?
NN – http://www.nemonox.com/ppp/topmovies.html

S – Quais seus autores e obras preferidos?
NN – http://www.nemonox.com/ppp/topbooks.html

S – Existe alguma intenção em publicar um livro de sua autoria?
NN – Tenho um livro de contos ameaçando ficar pronto há uns tempos, mas tem faltado tranqüilidade para terminá-lo. Em breve, prometo. (Se aparecer uma editora interessada eu termino mais rápido.)

S – Quais são seus principais projetos para os próximos 5 anos?
NN – Eu não faço planos a longo prazo. Nem sei o que estarei fazendo daqui a um ano.

Amplexos nemonoxianos,

Nemo Nox
por um punhado de pixels
http://www.nemonox.com/ppp

Girafa Simplex

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