Simplicíssimo

Carta ao ET

Da velha cadeira, no velho escritório, batendo nas mesmas teclas do computador que não era DELL.

O tempo está se desintegrando gradualmente.
O horário dos ônibus cada vez mais desregulado. Mesmo assim, ainda há quem transforme os problemas em uma Roma particular e incendeie tudo. Só que memórias são resistente e permanecem queimando por um longo tempo.
As musicas são ótimas distrações quando se tem que andar em meio ao tédio, mesmo assim, ninguém está livre do sentimento de inutilidade quando se anda na rua, onde as gesgraças são expostas em uma enorme vitrine.
Há quem trabalhe o dia inteiro e a noite ainda vá para a faculdade.
Há também quem prefira não fazer nenhum dos dois.
As novidades que os pesquisadores descobrem nem sempre são animadoras.
Os catadores de lixo estão ganhando espaço, há cada vez mais trabalho para eles.
Há outras leis, outras marcas famosas, outras modelos ganhando milhões.
Há muitas coisas boas, como coca-cola e um bom documentário no fim do dia.
Os pais ensinam aos filhos que o mundo já não serve, que é melhor ficar de fora,
mesmo assim, alguns até ainda têm sonhos, só que eles se tornam cada vez mais impossíveis.
Os jornais estão bem mais eficientes, mesmo que as noticias não seja sempre agradáveis.
Há pessoas simpáticas e agradáveis. E crueis. E elas têm um grande poder sobre nós.
Deveríamos nos manter longe.
Mas a maioria do tempo vivemos para os outros.

Joselania Silva

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