Era uma vez, em um distante reino encantado onde vivia uma linda menina, chamada Branca de Neve. Sua melhor amiga era uma princesa chamada Bela Adormecida. O único problema de Bela Adormecida é que ela era muito dorminhoca.
Um lindo dia, enquanto Branca de Neve colhia feijões em seu pede feijão gigante, ela viu uma cena que jamais iria esquecer: um lenhador com seu machado em riste correndo atrás de um menino de madeira que gritava:
-"Não fui eu, não fui eu quem comeu a Casa de Chocolate!" – e a cada vez que dizia isso seu nariz crescia mais e mais.
Nisso, resolveu voltar para casa e, não mais que de repente, surgiu em sua frente o Lobo Mau, com sua Harley-Davidson envenenada, convidando-a para fazer um piquenique na casa da vovozinha.
Branca de Neve não pode aceitar, pois tinha que ir na casa da Cinderela para se prepararem para o Baile que iria rolar logo mais, em comemoração ao desaniversário do Gigante, organizado pela "socialáite" Alice.
Ao chegar na casa de Cinderela, que estava de dar uma arrumadinha nos móveis e tirando a poeira dos estofados (para ajudar sua querida madrasta), Branca de Neve deparou-se com uma visita ilustre: era Gepetto, que acompanhado de seus netos João e Maria, havia trazido um lindo cesto de maçãs para Cinderela, enviados pela sua amiga Bruxa Má.
Enquanto Cinderela terminava de se arrumar, Branca de Neve assistia a dois documentários no Discovery Channel: um sobre a vida das baleias e tudo que poderia ser encontrado em seus estômagos e outro sobre um tornado que havia derrubado a casa de três porquinhos.
Quando estavam prestes a sair rumo ao baile, toca a campainha. Na porta, uma menininha com chapeuzinho vermelho oferecendo enciclopédias de quinta categoria e conjuntos com 7 anõezinhos de gesso para jardim.
Como estavam com pressa para encontrar Joãozinho do Pé de Feijão e o Príncipe Encantado, não puderam comprar nada nem dar atenção à pobre menina, que enfurecida jogou-se no pescoço de Branca de Neve, dando uma chave de braço daquelas de legítimo lutador de jiu-jitsu, tendo que ser tirada dali pelo Saci Pererê, que surgiu do nada para acudir a alva garota.
No fim das contas, nem preciso dizer, o baile lá no Country Club estava "tri da massa" e todos viveram felizes para sempre.
Escrito em 21/07/2003 e lido por Kátia Suman no Sarau Elétrico "Fábulas", em
22/07/2003
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