Simplicíssimo

Maldade

Em um dia em que não se espera nada de mais acontecer, em um dia no qual se vive quase por obrigação, em um dia conseguinte a outros dois ou três ruins dias, ou improdutivos, uma maldade se faz com você. Uma maldade paradoxalmente boa no momento, mas uma maldade. Como também vivi o fato com meus olhos nublados, descontrolados e sem direção, minha boca com palavras sem sentido, dizendo coisas que a cabeça apenas cogitava, se coordenando com pouca destreza e com as ações desplanejadas e equivocadas. Tudo que poderia ser bom se tornou algo que não se quer, tudo que existia enquanto potência de boa coisa se tornou ruim após o seu desfecho. O olhar inicial e despretensioso cogita apenas uma possibilidade através de uma imaginação quase fantástica, mas aos poucos as imagens mentais se coadunam com a realidade, pouco a pouco as possibilidades se tornam mais vivas e se pensa que tudo se concretizará, da fantasia para a realidade, ou melhor, do nada e da não existência à realidade, já era possível pensar nessa passagem. Sinais, foram os sinais. Então passei a acreditar mais, e fui me acomodando, perdido na ilusão e só no momento, minhas vontades vitais se resumiam apenas a aquela noite. Acho que é tudo culpa minha, que não foi maldade, ou foi? O fato é que minha fantasia se realizou, o que pensava aconteceu e tudo pra depois não acontecer mais. Maldade.

Murilo de Andrade

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