O sino não batera como de costume. E os gatos nem me viram chegar. Luzes apagadas, tropeço no degrau. Ele parecia mais alto. E o teto mais baixo. As paredes brancas viram cinzas, o quadro perde a moldura, as velas acessas queimam o castiçal. Os espelhos sorriem. Não tenho tempo de correr ou gritar ou pensar, em breve o teto estará me esmagando. Agachado, tento cruzar a sala, mas o tapete é como areia movediça. Sinto o concreto pressionando meu crânio. Me abaixo, me arrasto. Portas e janelas me envolvem com suas lembranças. Os braços da poltrona me agarram e o espelho não mais ri.
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