Anoiteço para banhar-me em reflexos das sombras. Cai a essência da flor leve no chão, o jarro presta-se ao equilíbrio de um desenho chinês, o sol deposita sua claridade ondulante na cortina no quarto. Sei que se fará noite pelo oval da voz ressurgindo circunscrita em meu medo mais intrínseco. Flutua pela vida o risco de viver. Aceito como quem aceita delicadamente o corte que fará escorrer sangue. Aceito, atravesso o destino do rio, mas perco as mãos de quem esperava, retorno vazia, por um risco, uma ferida e um sopro de orvalho incolor. Em corpo de terra deixo-me como meu pai, na distância, ausente, emitindo sinais de algas às madeiras silenciosas, aos papéis e aos livros, enquanto os cabelos das filhas cresciam predispostos a raízes. Espero prestes a ostras um pensamento de atalhos a alma para o púrpuro da noite percorrer as passagens subterrâneas das vozes liquefeitas derramadas em torno de sombras. Essas que nos vem em acordes de dádivas.
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