Quando em meu coração a noite cai
assombreando meu pensamento sem demora.
Quando de meus olhos calmamente a luz se esvai
Tornando mais escuro com o passar da hora.
Sinto o frio incalto da madrugada margeando
meu pensamento bruto, num triste tormento
mudo, insistente na parede martelando
A parede de dor calcificada que acalento.
As incertezas que brotam livre da escuridão
de minhas lembranças; sem piedade sufocam
com gana a minha voz. Atroz toca a podridão
impiedosa de minha existência nula.
Traz a verdade maciça que enfim perpetua
a aridez do deserto de minha alma nua.
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