Pan-fobia
Scooby-doo, cadê você, meu filho? (Salsicha)
Dá medo de tudo
Nascer neste mundo
Dá medo de monstro
Horrendo, iracundo
Fobia do golpe
Certeiro na testa
Abrindo no cenho
Abrupta fresta
Subindo o morrinho,
Tremor das alturas,
Um gelo na espinha,
(Meu Deus! Que agruras!)
No escuro, fantasmas,
No piso, buracos,
(Credo, olha o vulto:
Traz corpos em sacos?!)
Socorro, me acudam!
Leões à direita,
À esquerda, serpentes,
Demônios à espreita!
No bolo de gente
Ladrões há, por certo,
Doenças na rua,
Chacais no deserto!
Que faço, que tento,
Mas como escapar?
Pois nada é seguro,
Na terra ou no mar!
Pra bem de fugir,
De todos, de tudo,
Já mil artifícios
Me servem d’escudo
Não vou para a rua
Sem meu cão de guarda
Se cruzo uma faixa,
Meu passo não tarda
Não subo de escada,
Nem de elevador;
Não ando de carro,
Nem sou condutor.
Não durmo no escuro
(Meu caso é danado)
Qualquer pesadelo,
Acordo assustado!
Das águas eu corro
Pra não me afogar
Nos mares, nas chuvas,
Nem quero pensar
Castelo nas nuvens
Quero construir,
De todos, de tudo,
Pra sempre fugir
Mas triste é o destino…
Banhado de hormônios,
Por toda esta fuga,
Torrei meus neurônios.
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