Parte III
-Quase (,) final
No começo eu quase não quis acreditar
Uma bebida, uma dança e a luz do luar…
…E agora?…
…Lembranças e confusão…
um quase homem nunca é capaz
…Mudanças e desunião…
de deixar sua (patética) rotina pra trás
…Andanças e desilusão…
– Você quase se mata eu quase vou junto…
Como é dificil amar alguém que se destrói!
Às noites conturbadas em que
Dormi beijando um saco de lixo
De plástico fumê
Que fantástico, o acariciei com tanto capricho
Pensando que o lixo fosse você
meus sinceros desprezo e aborrecimento
… “Não deixe que ninguém estrague sua vida”, eles diziam…
A raiz loura dos seus cabelos nascendo sem sol
A vida irrigada por tubos numa cama de hospital
Seu corpo tatuado criando raízes
110 volts, baby, e um tubo de oxigênio nasal
…“Dizem que quando duas pessoas se gostam
elas devem ficar juntas a qualquer custo”…
Que seja bela a nossa quase rotina, então!
…“Ela nunca vai mudar”…
Eles dizem muitas coisas
Mas o que exatamente eles sabem?
O que eu sei?
Você sabe?
.Uma dor só nossa.
Nunca salvei o mundo, nunca pude me salvar
salvo as vezes em que estive pra me matar
nunca me salvei de nada, pra variar
Se o meu nível alcoólico não se iguala ao seu
é um defeito seu e não meu
Se algo nos falta, a falta que faz
falta o ar, falta o que ser
falta do que falar, ou falta do que fazer?
Sinto falta de você
e de mim
Sou teu refúgio, teu abrigo
Falta de existencialismo
existe sim.
“Eu sei… fui eu quem quis assim…”
Se eu sacrifiquei alguma coisa
foi só pra te salvar, meu bem
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