Simplicíssimo

Quase – Uma PoesiaCrônica em 3 atos – Part I

 Parte I

 

O Quase Homem despediu-se e foi embora.

Quase dera um beijo no amor de sua vida.

Quase bateu com a cabeça no poste de tanta raiva.

Virou-se e foi, na direção contrária.

 

O Quase Homem tinha quase certeza de que a resposta seria sim.

Mas tinha medo. Vai que a resposta é não?

Estava quase certo de que não passaria mais ônibus por ali.

Foi para casa a pé, não era tão longe assim.

 

Entro num bar. Pediu um conhaque. Quase erra na hora de dizer a marca.

Ficou olhando os minutos passarem. Quase esquece da vida e fica ali mesmo.

Mas sendo ele um quase homem que não faz quase nada direito,

Quase ia se esquecendo de pagar a conta. Quase pisou na poça.

 

O Quase Homem ia de baixo de uma quase chuva numa rua quase deserta.

Deveria ele tentar algo ou estava quase bom assim desse jeito? Não sabia.

Eles quase formariam um belo par.

Mas quase formaria com qualquer uma, pensando bem.

 

“Mas quase também é mais um detalhe. Um grande amor não vai morrer assim”.

 

Seu sapato quase encharcado. Quase não enxerga a moto, quase é atropelado.

Tinha quase vontade de se matar. Quase pisa na bosta.

O que deveria fazer? Estava quase ficando louco.

Nada que ele já não tivesse passado, ou já não estivesse quase acostumado. 

 

O Quase Homem chegou em seu apartamento quase se mijando.

Ela também podia colaborar. Por que o homem ter que fazer tudo?

Ele era meio bobo. E tinha deixado a janela quase aberta.

Na geladeira não tinha quase nada pra comer.

 

Olhou-se no espelho: a barba quase grande.

Foi deitar-se. Quase dava pra ouvir a festa do outro lado da rua.

 

De repente, a campainha tocou: era ela.

Transaram até quase amanhecer.O despertador tocou.

O Quase Homem resmunga. Quase perde a hora.

Rodrigo D.

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