Não ser mais que mera dor,
inevitável fado
de cruéis devires.
Cabeça sem coração, mecânico
e frio coração ausente,
estrela de luz já extinta,
em artificiais claridades.
Na definitiva e existencial mentira.
no gesto de puro gelo,
o sangue inventado
em vida jamais nascida,
o caos, a abjecção apocalíptica.
Ou ser apenas crisálida,
ser a ficção.
de monstruoso sonho,
esvair-me dissolutamente
na indiferença dos dias,
desnascendo apenas!
Dionísio Dinis
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