Simplicíssimo

Sem título(04)

Não ser mais que mera dor,

 

inevitável fado

 

de cruéis devires.

 

Cabeça sem coração, mecânico

 

e frio coração ausente,

 

estrela de luz já extinta,

 

em artificiais claridades.

 

 

Na definitiva e existencial mentira.

 

no gesto de puro gelo,

 

o sangue inventado

 

em vida jamais nascida,

 

o caos, a abjecção apocalíptica.

 

 

Ou ser apenas crisálida,

 

ser a ficção.

 

de monstruoso sonho,

 

esvair-me dissolutamente

 

na indiferença dos dias,

 

desnascendo apenas!

 

 

 

Dionísio Dinis

Dionísio Dinis

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