À ventura – ou não – de estar perto a mudança
Vai o tempo. Acelerado, nervoso, desesperado
Estremeço. Pulsa forte o presente órgão
Onde passeia esse líquido rubro
E circula com pressa – feito o tempo
O tempo voa. Difícil acompanhar
Não tenho asas para lançar vôo
Então é apenas correr. Difícil
Não sei a direção do tempo
E o vento em nada me ajuda
Prefere fazer dançar as árvores
Que assim, descartam suas folhas antigas
Será isso mais um indício de que devo correr?
Mas me contento ao ver suas folhas voarem
Não deviam descer ao chão. Deviam subir ao céu
E lá ficar. Como a lua.
Encara a lua! Vê seu lugar celeste?
Há dez minutos ela se encontrava ali! E não ali!
Até a lua muda. E prossegue. E me encanta
Se eu tivesse essa visão por mais tempo…
Mas a lua é fascinada por suas inconstâncias
E de nada a importa o tempo que é meu
Então veja só como as nuvens a cobrem!
E indicam que o tempo faz tudo mudar
E indicam que o tempo será de chuva
E ainda eu aqui. De cabeça erguida
Que espero? Uma atitude chula para a ação?
Ou a primeira gota de chuva?
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