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Água e Sociedade de Ultra-Consumo

Água e Sociedade de Ultra-Consumo

O Desperdício da Água é uma Questão Cultural?

 

Desde o surgimento da raça humana e dos outros seres vivos, tornou-se clara a importância da água para a manutenção da vida. É a substância que temos em maior quantidade em nosso corpo, e precisa ser reposta sempre ao fazermos esforço físico; é, porém, um recurso limitado, ainda que desperdiçado freqüentemente pela própria humanidade.

Quanto mais água se tem disponível, maior o desperdício; esse é o drama principal da sociedade. Os povos desérticos, que pouco dispõem deste recurso e desta riqueza, dão-lhe muito valor e procuram inúmeras formas de aproveitar cada gota a seu favor. As civilizações litorâneas e fluviais, entretanto, não se incomodam ao deixarem torneiras abertas, canos furados e depósitos vazando. Antes, alegava-se falta de informação; hoje, diz-se ser distração. Talvez, engano da cultura.

Água para irrigação, água para lavagem, água para consumo; uma única pessoa necessita, apenas para essa última função, dois litros diários. Mas isso é destinado à sobrevivência; ao conforto, gasta-se o dobro, o triplo. Manias de limpeza, piscinas refrescantes, banheiras de espuma: aí que se localiza o problema real; real e crescente.

Somente cerca de um por cento da água da Terra é potável, mas o homem trata como se fosse vinte, trinta: o descaso para com o problema é ininteligível. Filmes, campanhas, propagandas vêm sendo realizados nos últimos anos, mas só após a conscientização da população mundial ser efetivada é que poderemos discutir e enfrentar essa “onda” com chances de “dropá-la”.

Mariana Barbosa Ferraz Gominho

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