Vivendo entre os insetos, pude perceber claramente o que me tornava. Eu já tinha passado da frustração. Mas ainda era suficientemente infantil para me revoltar. Evito pensar na ficção que é nossa realidade porque dói. Além de ser um tema batido. Clichês e deja-vu’s amontoados não podem gerar algo…Se bem que tudo isto não surge a toa.
Quase nada é gratuito. Eu sei lá. Pra mim, pelo menos nunca foi. Melhor: muitas coisas foram, e são, gratuitas, mas nunca despropositadas. O homem que se diz sem propósito é, no mínimo, um blefador.
Passo o dedo pela sujeira. A parede está escurecida pelo tempo. Nada nunca parece estar organizado. As coisas decaem, murcham, enferrujam, pioram. Envelhecem. As pessoas deveriam simplesmente escolher quando morrer. Talvez a incapacidade gere a repetição. A estagnação com a sub-vida é realmente uma soma desagradável.
E os anos se vão. Cada fase inveja a anterior e a vida torna-se não mais que a nostalgia da desgraça. Involução. Completo fracasso. “Apenas outro tijolo no muro”.
E quando as vontades não podem ser saciadas? Essa coisa de capitalista médio é horroroso, quero o caos total. O desbunde supremo. A merda no furacão.
É com o mundo, em particular. Você não gosta, mas acostuma. Como eliminar gordura. Ela sempre volta. Porque nos constitui. Então você aceita. E a vida segue.
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