Simplicíssimo

Ombudsman

Para provar que não é verdade que este ombudsman é apenas um escritor frustrado, um ressentido que passa o seu tempo pensando em criticar agressivamente as tentativas literárias de seus pares, gostaria de tecer um elogio especial ao Alessandro e seus Ensaios sobre a Putaria. Que beleza a literatura que trata a vida em sua cotidiana inutilidade, seus pequenos desejos fúteis e perversos, sua falta de sentidos últimos. O autor não se preocupou em construir dignos personagens nem em propor uma redenção final, uma maldita mensagem dessas que abundam (a escolha do adjetivo não é mero acaso) nas páginas infestas de picaretagem dos manuais de auto-ajuda ou nos detestáveis enlatados americanos repletos de sonhos assépticos. No final das contas ele ainda consegue extrair alguma humanidade de seus personagens tensos, envolvidos numa espécie de desencontro amoroso/erótico, mas sempre sinceros e dignos, mesmo com porra pingando pelas paredes.

Espero que a série continue.

E já que estamos nesse clima “pra cima” gostaria de sugerir ao Littlebrain , após seus elogios rasgados à autora da série Harry Potter, que escreva um artigo explicando por que, afinal de contas, considera o universo de Harry Potter mágico e atrativo, “totalmente diferente de Tolkien”. Seria bem interessante ler seus argumentos, ainda mais no momento em que se prepara o lançamento do final da saga “Senhor dos Anéis”.

O que não entendi bem, devo confessar, é aquela tipologia louca do Pedro Schestatsky. Como é mesmo? Inculto intelectualóide, pseudo-intelectual ignorante, ignorância fechada e mais fechada… Nossa, o clima me lembra os legendários segundos que lançaram o Enéas na campanha política para presidente em 1989 (fórmula que ele repete até hoje), era impropério para todo o lado e, ao final, ele bradava: MEU NOME É ENÉÉÉAS!! O Pedro fez algo comparável e, ao final da exposição de sua confusa tese tipológico-classificatória, chamou todo o mundo de babaca e ainda deixou o número do celular, caso alguém quisesse marcar um duelo ao pôr-do-sol ou algo do gênero. Depois, vem o comentário do Eduardo Sabbi, enigmático: “tenho pensado muito sobre o tema”, como é? Pensado especificamente sobre o quê? Sobre a ignorância mais fechada, sobre os pseudo-intelectuais ou sobre a possibilidade de todos eles serem babacas? Claro que tudo isso deve ter uma explicação arqueológico-simplicíssima, quero dizer, imagino que Pedro, caro autor do artigo de intenções impenetráveis para este pobre ombudsman-pigmeu, esteja respondendo a alguém, quiçá mais nervosinho. Agora, no que diz respeito a citar autores, quem seria capaz de se colocar contra? Não duvido de mais nada e, querem saber, se alguém discorda de mim que venha, mas venha com tudo porque eu estou pronto para defender minhas idéias com meu próprio sangue!!! E o meu celular é… bem… melhor deixar pra lá.

Reiniciando o clima lounge, a foto da cara Carla Schneider na praça dos estressados está excelente! Aquele olhar blasé acompanhado da velhinha e de outros seres impregnados de tédio; muito bom, mereceu o prêmio.

Querida Cristiane, os louváveis motivos para não escrever a coluna na última semana foram consideráveis sim, como um grão de açúcar, que para um insetinho como eu é tudo o que vale a pena, além de escrever no Simplicíssimo (louvado seja!), é claro.

Beijos doces a todos e até mais.

Maurício Silveira dos Santos

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