Viviam pelas florestas do sul duas onças. Irmãs. A primeira, devido ao parto prematuro, foi lhe dado o nome de Apressada. Já sua irmã, justamente pelo oposto, recebeu o batismo como Paciente. E como, seja para os homens, ou para as fábulas, os nomes muito dizem de seus indivíduos, Paciente levou uma vida pacienciosa, buscando não se estressar, esperando sempre o melhor momento, ou então que as coisas se resolvessem por si mesmas. Isto lhe ajudou, e ela viveu a vida longe dos problemas, embora não prosperasse tanto, morreu como vivera toda a vida, sossegada. No entanto, sua irmã, de alcunha Apressada, o era por saber o quão curto era o existir de uma onça, e mesmo que os problemas fossem uma constante, com sua característica de pressa, resolvia-os imediatamente. Fossem boas ou ruins, ela sabia que as coisas urgiam. Então, quando de sua morte, o cortejo reunia milhares de onças agradecidas pelo progresso em todo o bosque, que creditavam ao entusiasta trabalho de Apressada. O reconhecimento era tanto, que em sua lápide passaram todos a conhecer o verdadeiro nome daquela onça, “Aqui jaz Apressada, aquela que sua mãe errou o nome, e descobriu durante a vida chamar-se Talentosa”.
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