Algumas pessoas realmente possuem hábitos estranhos. Narciso por exemplo, um homem de meia idade, caolho, desdentado, rugas precoces e furúnculos que transformavam a face do homem na superfície lunar. Mesmo assim ele não temia ao espelho, o seu espelho. Um enorme colocado no salão do castelo, onde ele admirava-se diariamente, e se envaidecia com a beleza da imagem, obviamente mascarada pelos magos do rei. Era este, seu particular espelho, a refletir a imagem de um belo homem, que ele se olhava. Narciso não se olhava em nenhum outro espelho do reino, espelhos inclusive, proibidos de ficarem em locais públicos, pois estes fatalmente refletiriam a verdadeira imagem, e ele preferia o que lhe mostrava seu próprio espelho, mesmo que a imagem refletida jamais tivesse existido.
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