Não sabe-se por quanto tempo o velho Aníbal estava sentado naquele banco de praça. Diz-se que quando chegou àquele lugar sequer tinha os vincos em sua pele, e tampouco seus olhos mostravam-se opacos pela ação do tempo. E desde que ali chegou olhava da mesma forma para o horizonte, cujo céu em primavera tomava-se por um azul anil. Então num domingo como qualquer outro, com algazarra das crianças e o latir dos cães que ladravam soltos na grama, o velho finalmente levantou-se.Empunhou em suas mãos um balde de tinta, e um pincel, e a escada que sabe-se lá donde surgiu alçou-lhe a altura do céu. Então ao chegar ao cume, ele começou a pintar figuras e desenhos de todas as formas, e quando percebeu Aníbal todos os olhos em seu trabalho, justificou-se: – Não aguentava mais a mesma paisagem!
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