De tempos e tempos, coisa bem rara mesmo, a floresta mergulhava em silêncio profundo. Não se ouviam os piares e gorjeios dos pássaros, tampouco rugidos tenebrosos tigres e leões. Nem mesmo os lobos uivavam durante a noite, e nem os grilos tocavam sua irritante melodia. As corujas não piavam sua sabedoria, e nem mesmo os macacos se finavam em risos de suas piadas sem graça. E este era um destes raros momentos em que o tempo parecia entrar num lapso, onde como se algo, ou alguém tivesse apertado o botão “pausar” para mergulhar o lugar em breve descanso. O viajante, experiente e conhecedor de cada recanto do mundo, que por ali passava, sabia que teria de apressar seu passo, pois em breve todo aquele silêncio chegaria ao fim, e o final do recesso, era sempre a hora em que tudo entrava em combustão.
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