Um pequeno pássaro. Este era Zaruth. Um corpo frágil, pequeno, porém bastante ativo no coração da floresta. Seus pés enrugados carregavam sementes semeando e multiplicando a vida que dava cores ao mundo que vivia. E não raro, quando volta e meia o fogo maculava seu habitat, seu bico envergado e curvo levava água para amainar o incêndio.
Enquanto ele fazia tudo isso, o Rei, com sua juba tão densa ao ponto de cegar-lhe às vistas, passava os dias a prestar honraria aos que lhe garantiam o cetro. Não, não era uma tarefa fácil ser leão, em vasta floresta com Carvalhos reclamões, e corticeiras ambiciosas. De olho nisto tudo, o Rei não percebeu o dia que Zaruth partiu.
Um dia cinzento, e que marcou justamente a estação em que a vida deixou de se multiplicar… As novas árvores não nasceram, as mais antigas a mercê do tempo secaram, e levou longos anos até que o deserto tomasse a mata, e um Rei incrédulo não compreendia o que havia acontecido com seu reino.
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