Saibam que a minha preocupação com a natureza caminha paralela a de todos vocês. Não é de hoje que interajo diariamente com tudo que diz respeito à vida do planeta – em todos seus aspectos. Emociono-me fácil só em ver um pôr-de-sol (nenhum é igual ao outro). Converso com pássaros e falo, da minha varanda, todos os dias com as árvores. Com tanta destruição da natureza eu fico a imaginar só o dia em que não mais iremos ver árvores, ouvir o canto dos pássaros e poder contemplar em paz o silêncio da noite.
Já pedi desculpas por pisar de mau jeito na grama dos jardins. Reclamo quando vejo um irresponsável afixando placas de venda de imóveis nas árvores da cidade. Por esses cuidados já fui taxado de exagerado (mas eles queriam mesmo era me chamar de doido). Ruim é ser assim. Pensar assim. Sofrer assim e nos sentirmos impotentes diante de tudo de errado que vemos neste País, no que concerne ao pouco interesse das autoridades em preservar o que resta da natureza.
Recife, 11 de abril de 2006
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