Simplicíssimo

Inocentes até que se prove ao contrário

Fazer justiça é muito difícil, ainda mais em um mundo desigual como o nosso… Leia e comente para eu descobrir sua opinião (ou posição) sobre a justiça.

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Inocentes até que se prove ao contrário

(ou Se liga na Justiça 3)

Explicar a presunção da inocência é uma das mais árduas tarefas que as pessoas me pedem. Eu não sou obrigado a responder, mas de qualquer forma, ainda parece estranho que uma pessoa seja inocente até que se prove o contrário e não ao contrário, culpada até que se prove inocente, ainda que este sistema seja válido em praticamente todo o mundo atual.

Conforme o sistema jurídico imposto, isto tem mais vieses, mas de qualquer forma, a ideia é preservar o ser humano de um castigo por algo que ele não fez (o que, na minha opinião é muito melhor do que deixar alguns culpados fora da cadeia (para entender o que eu estou dizendo, um exemplo disto é a tônica do filme “O milagre da cela sete”.

Em um sistema como o brasileiro, onde isto é levado a última instância, faz com que a justiça normalmente falhe (julgando o rico).

A definição de bandido faz parte do preconceito classista.

Como o Eduardo Bueno falou, a reforma no judiciário é necessária, porém… (veja o vídeo):

Tem um episódio da família dinossauro que a cena derradeira começa muito bem e termina muito mal*, que fala justamente sobre crenças e onde elas podem nos levar:

“Em primeira instância o bandido furta dinheiro, em segunda instância vai preso o pobre, o rico espera até ser solto pelo supremo.”

De qualquer forma, a problematização de tudo é necessária para que as coisas, quando mudem não viram a mesma coisa (como já foi dito pela banda Rush, em 1978, na música “Circumstances” do álbum “Hemipheres”, letra do baterista da banda Niel Peart.

Digo isto porque tudo isto é feito para separar as pessoas entre nós e eles, poderosos e nós, os reles mortais.

O negócio é estar presente, investigar, problematizar, averiguar os dados, tirar conclusões a partir de dados e não de discursos.

O mundo do toma lá dá cá começa nas eleições com contas de luz (espelhos) sejam o passaporte para cargos públicos (o que traz riqueza no mundo capitalista).

Os tupiniquins (nós) criando monstros a partir de necessidades de podermos nos enxergar.

E só tem uma forma da gente se enxergar: ler e conhecer o passado (história), mudando o passado (ressignificando os símbolos) *, mudando os heróis, entendendo quais são os caminhos a tomar.

* aconselho atualizar (e não mudar necessariamente) as crenças sempre que uma situação as confrontar.

** queria usar a palavra signo como ela é entendida na semiótica, mas preferi o termo genérico “símbolos”.

Foto da capa de Philippe Oursel obtida no site Unsplash.

Pedro Armando Furtado Volkmann

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