Simplicíssimo

Brasil, 15 de novembro de 2020.

O Simplicíssimo começa na próxima semana  uma campanha chamada "Propostas para um Brasil Melhor". Inspirada em uma série de editoriais veiculados pelos jornais do Grupo Sinos, traremos à tona opiniões e sugestões para serem discutidas aberta e amplamente ao longo dos próximos meses.

Através do exercício dialético de posições contrárias, podemos, quem sabe, chegar a uma síntese que satisfaça os anseios da parcela da população brasileira que se preocupa com o futuro de nosso país. Este é, desde já, um convite a você e a todos aqueles que se encaixam neste perfil: o de um cidadão que leva em consideração, nos atos mais simples do dia-a-dia, a importância de cada indivíduo na construção de um porvir melhor.

Para se engajar nesta empreitada, basta comparecer periodicamente ao Simplicíssimo e apresentar a sua opinião. Não estamos deixando de ser um sítio literário, de forma alguma. Estamos tão somente nos engajando de forma mais efetiva nos trilhos que definem o caminho que a história de nosso país irá trilhar nos anos vindouros.

Como ilustração, um exemplo de como – literariamente – podemos nos comunicar e interferir nesta área encontra-se abaixo. Engula com calma, faça a digestão e, se gases se formarem, sinta-se livre para eructar aquilo que sentir vontade. 

(Nada mais sugestivo do que começar esta campanha na edição de número 171 e, lembremos, estamos quase no dia primeiro de abril.)

 Brasil, 15 de novembro de 2020.

Brasil, 15 de novembro de 2020. Dia e ano de eleições gerais. Cinco anos após a última eleição geral, chegou a hora de novamente escolher os representantes do executivo e do legislativo a nível municipal, estadual e federal.

            Desde a mudança do sistema eleitoral, no ano de 2010, com a extensão dos mandatos de todos postos para 5 anos sem direito à reeleição para o mesmo posto no executivo e somente uma reeleição para o legislativo, muitas melhoras foram verificadas na Terra brasilis.

            Sem a possibilidade de reeleição, instituída em 1998 por emenda à Constituição e criada para favorecer claramente o presidente à época (aprovada graças ao dinheiro que grande número de deputados federais recebeu para votar pela aprovação), deixou de ocorrer um fato corriqueiro até então: o detentor do cargo utilizava, desde o momento da posse e mais intensamente no ano eleitoral da máquina pública em seu próprio favor para garantir sua reeleição, deixando em segundo plano o objetivo que deveria mantê-lo no cargo: a defesa dos interesses de seus eleitores.

            No mesmo ano de 2010, a unificação das datas eleitorais para o provimento de cargos de vereador a Presidente da República em um mesmo dia trouxe uma enorme economia que passou a beneficiar milhares de brasileiros. Quando se avaliava os gastos altíssimos de uma eleição – R$534 milhões em 2004 pelo Tribunal Superior Eleitoral na organização de eleições municipais, recursos suficientes para a construção de 89 mil casas populares – ficava claro que a situação deveria ser mudada. Levando em conta as 2 eleições ocorridas nos últimos 10 anos (2010 e 2015), os valores poupados foram incríveis, pois em 10 anos o país teve somente 2 pleitos, contra as 5 pelo sistema anterior. Com três eleições a menos, foram economizados R$1,6 bilhão, o suficiente para construir 267 mil casas populares. Se contabilizados os valores previamente gastos pelos políticos em campanhas (R$1,2 bilhão em 2004), com três eleições a menos, o valor economizado por candidatos daria para construir 600 mil casas populares.

            Além da patente economia de dinheiro, a diminuição dos pleitos levou a uma melhora significativa no andamento da máquina pública, que previamente se via parada a cada 2 anos para mergulhar em eleições. Restrições que usualmente ocorriam na realização de concursos e nomeação de candidatos concursados nos meses que antecediam os pleitos foram minimizadas, assim como a liberação de recursos orçamentários.

            Políticos de carreira foram, desta forma, gradualmente eliminados do palco eleitoral e com a perspectiva de correção de graves distorções ainda presentes, como o excessivo custo de manutenção do funcionalismo público em todas esferas, e o excesso de cargos de confiança, parecia surgir ao longe, dobrando a esquina do horizonte, uma chance, movida a velas, de melhoras possíveis na Terra brasilis.

 

PS: seja bem-vindo Alessandro Garcia, emérito eterno colunista. Volta hoje a capitanear sua Instruções para dar corda no relógio. Apesar de não deixar certa a periodicidade com que comparecerá com seus textos, é um prazer contar contigo novamente, digníssimo amigo. 

Rafael Reinehr

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