céu nublado ou não
com ou sem entendimento –
estrela a brilhar
Amy Winehouse entre nós
Amy Winehouse morreu…
Mais uma vez, a morte nos paralisa.
Suspendem-se pensamentos, o vazio se instala, momentâneo.
Seguem-se sentimentos de irremediável
ponto final.
Meus caminhos e os dela pouco se cruzaram.
Ouvi sua voz, sua música, de vez em quando, por acaso, e de imediato
quis saber quem era,
tamanha a força intensa que emanava.
Sempre achei que precisava conhecer mais músicas dela,
mas como a vida rola e se mistura multiplicadamente
multifacetada,
não me determinei a buscar suas músicas,
e me perdi sempre dela…
Sim, claro, me chegavam as notas dos escândalos,
afinal, a imprensa se encarrega – se alimenta de disseminar,
dissecar os tropeços dos famosos, cada detalhe que possa ser avesso
dos sagrados dogmas do bom-tom…
Mesmo que o alvo do paredão
tenha infinito tom melodioso de talento na voz, na sensibilidade…
E o círculo vicioso se aperta, vai estrangulando a pessoa
em nós cegos, laços cada vez mais apertados…
O controle da boa conduta não dorme jamais…
Bem, o resto todos sabem.
Sinto pena de Amy Winehouse, talvez numa sociedade-cultura amorosas
de verdade ela ainda estaria aqui, pra continuar cantando,
e eu pudesse me aproximar de sua Arte em Vida…
Sim, a morte sempre nos surpreende…
Mas vamos em frente, pois cada coisinha que pudermos fazer
pra desmantelar essa babaquice maldosa que nos rodeia,
é importante.
Clarice Villac
23.07.2011
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